É com esta lógica multifacetada que Ciência & Ambiente abre suas páginas à reflexão de pensadores e cientistas de renome nacional e internacional. Desta interação e apenas dela poderão resultar soluções para que avancemos com rapidez e segurança rumo à sustentabilidade ecológica e, daí, ao que poderíamos denominar de sustentabilidade ambiental. Com isso, passamos efetivamente a associar as relações naturais ao processo de desenvolvimento da sociedade e a considerar a necessidade de distribuição solidária dos frutos dele oriundos, os quais, por certo, não podem ser gerados sob a égide da destruição da natureza e de seus elementos.

Não nos iludamos, porém. A consolidação deste conjunto de princípios constitui tarefa difícil e delicada, especialmente se atentarmos para a juventude da ciência ecológica (o conceito de ecossistema, por exemplo, afirma-se somente a partir da década de 1940 com os estudos do norte-americano Raymond Lindeman) e para o fato de que muitos estudiosos sequer operam com alguns pressupostos básicos deste ramo do conhecimento.

As dificuldades devem, no entanto, servir de estímulo à pesquisa sistemática, à integração de pesquisadores e à transferência de resultados à sociedade, em forma de progresso e de bem-estar social. Só assim, o festejado caráter abrangente e para alguns globalizante da ecologia poderá evitar novos saltos no vazio, prática por demais perigosa para uma civilização repleta de incertezas.