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Pensando a Ciência Florestal

Editores convidados
José Newton Cardoso Marchiori
Miguel Antão Durlo

Janeiro/Junho de 2000

Editorial

ensar a ciência ou, mais particularmente, pensar a ciência florestal. Eis o objetivo do vigésimo número de Ciência e Ambiente, edição que marca a passagem dos dez anos de existência da revista.

A rigor, nada há de novo nesta proposição editorial, a não ser o fato de (re)acender, embora em uma área bastante específica, o debate sobre uma prática esmaecida no dia-a-dia dos centros ocupados com a produção do conhecimento, por mais paradoxal que isto possa parecer. Pensar sobre o que fazemos, por que fazemos, como fazemos e que influências recebemos, deveria ser algo normal, corriqueiro até. Afinal, nossas escolhas, individuais ou coletivas, inclusive sobre as linhas de investigação que desejamos seguir, são sempre portadoras de um sentido epistemológico e, portanto, convém pensá-las com tanta atenção e zelo quanto o próprio objeto particular da busca científica.
No caso da ciência florestal, é perceptível a mudança de paradigma que se opera ao longo da segunda metade do século XX. De uma concepção que atribui valor quase que exclusivo ao conhecimento capaz de sustentar a produção madeireira, chega-se a outra, recente, que tende a sobrelevar os demais benefícios da floresta e, em consequência, a sua preservação.

Na atualidade, no entanto, afirma-se um novo modo de conceber este ramo da ciência, com abrangência suficiente para contemplar as duas percepções anteriores – por alguns consideradas excludentes – de forma simultânea, complementar, indissociável. Trata-se agora de compreender a floresta em sua multifuncionalidade.

Há, contudo, grande distância entre a assimilação de um princípio e a sua materialização científica e prática, sobretudo em países periféricos como o Brasil. Sendo assim, a plena incorporação deste novo enfoque demandará, por certo, um reordenamento teórico-metodológico e estrutural dos centros de ensino e pesquisa e, em igual escala, do sistema produtivo.

Artigos

DAS QUEIMADAS À CIÊNCIA FLORESTAL
Herbert Killian

DO CÓDIGO FLORESTAL PARA O CÓDIGO DAS BIODIVERSIDADES
Aziz Nacib Ab’Saber

SILVICULTURA
ARTE E CIÊNCIA
Rudi Arno Seitz

A BIOTECNOLOGIA NO SETOR FLORESTAL
Carlos Alberto Labate

PRINCÍPIOS PARA A MODELAGEM DE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS
Hubert Hasenauer

PERSPECTIVAS DO MANEJO FLORESTAL POR ÁRVORES SINGULARES
Miguel Antão Durlo, José Newton Cardoso Marchiori e Peter Spathelf

EXPLORAÇÃO FLORESTAL, SUSTENTABILIDADE E O MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO
Cláudio Ferraz e Ronaldo Seroa da Motta

TECNOLOGIA DA MADEIRA NO BRASIL
Ivan Tomaselli

CARTA ABERTA AOS INTERESSADOS NAS QUESTÕES FLORESTAIS DO RIO GRANDE DO SUL
Franz Andrae