As crenças acerca de como são as coisas e sobre como elas deveriam ser, sobre o que é bom e belo, não se arranjam em nós como se fossem objetos jogados de qualquer jeito em uma caixa. Nossas crenças pessoais formam sistemas. Há uma época da vida na qual a criança acredita que o coelho da páscoa traz ovinhos de chocolate. Quando essa crença se perde, é todo um mundo que se quebra. Uma crença perdida é como um copo de cristal que se parte, não tem conserto. Resta, nesse caso, a opção de fundir de novo o vidro, para se fazer um novo copo. Se isto é razoável para cada um de nós em particular, talvez seja razoável para a humanidade como um todo. Parece firmar-se, na tradição dos debates sobre as relações do homem com a natureza, a consciência de que há um limite para nossas inconsistências enquanto humanidade. É dessa busca sadia de consistência, que inclui a capacidade de interpretar nossas próprias contradições, que se alimenta a procura de novos mundos, nos quais haja melhor equilíbrio entre o que pensamos e o que fazemos, e aquilo que é razoável para a humanidade como um todo.